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Camaquã, Rio Grande do Sul, Brazil

segunda-feira, 23 de abril de 2012

Vai passar!


                Sorriso no rosto mesmo com o coração quebrado. É assim que é. Passar a imagem de que está tudo bem, que tudo passou. Mostrar que é forte o suficiente para aguentar tudo! Mas, na real, mesmo em pedaços, o coração está aqui. Batendo por uma pessoa só. Só está cansado.
                Nunca soube me despedir, nunca soube dizer adeus direito. Acabo falando demais, ou acabo não falando tudo o que queria. Falar dos sentimentos como uma despedida não é fácil. Você fica ali pensando em como dizer, quais palavras usar... É, apenas quando não se quer machucar o outro alguém. Quando se é machucado, as palavras saem como um jato, por ter guardado por tanto tempo, por estarem trancafiadas num baú lá no fundo da gente.
                Sempre fui de expressar muito o que sinto, às vezes até exageradamente. Intensidade. Quem sabe é essa a palavra? Sentimentos intensos, grandes demais. Talvez esse tenha sido meu maior problema.
                Demonstrar amor pra quem não quer nem saber é como falar com as paredes. Monólogo. Só você ali tirando aquele peso do coração, e o outro? Bom, sem respostas. Às vezes, nem se incomoda em ouvir, ler, que seja...
                Depois que se passa por tanta coisa, por tanto tempo, a gente muda. Muda o jeito de pensar, o jeito de viver, o jeito de ver quem se ama. Muda o jeito de agir, para de correr atrás, mas o que mais demora a mudar, é a espera... Estamos sempre esperando. Esperando que algo nos surpreenda, que algo venha quando nós menos esperarmos. Mas a verdade, é que nunca vem. Ou quase nunca. E essa é a resposta que nunca queremos receber... O silêncio.
                Escolher entre razão e emoção nunca foi meu forte. Sempre optei pelo lado sentimental, pelo lado do coração. Não pela cabeça, pelo lado racional. Grande defeito, em partes. Em algumas horas o sentimento fala mais alto que a razão, e não tem como não ouvi-lo.
                A moral de tudo é, novamente, guardar tudo lá no fundo do peito. Deixar lá até que um dia, simplesmente se vá de vez, ou não. Enquanto isso, é só guardar pra si. Não, não é fácil. Aquele turbilhão de sentimentos dentro da gente que não podemos compartilhar. Aquela angústia em chamar, falar olho no olho cada palavrinha ensaiada.
                Mas passa, ah se passa!
                Tudo bem, enquanto isso, eu ainda espero que o orgulho seja menor do lado de lá. Que venha pra mim e que valha a pena cada minuto dessa espera. E se não vier, paciência!

                Meu coração ainda bate por apenas uma pessoa. Só que agora, ele bate é por mim.