Sorriso no rosto mesmo com o coração quebrado. É assim
que é. Passar a imagem de que está tudo bem, que tudo passou. Mostrar que é
forte o suficiente para aguentar tudo! Mas, na real, mesmo em pedaços, o
coração está aqui. Batendo por uma pessoa só. Só está cansado.
Nunca
soube me despedir, nunca soube dizer adeus direito. Acabo falando demais, ou
acabo não falando tudo o que queria. Falar dos sentimentos como uma despedida
não é fácil. Você fica ali pensando em como dizer, quais palavras usar... É,
apenas quando não se quer machucar o outro alguém. Quando se é machucado, as
palavras saem como um jato, por ter guardado por tanto tempo, por estarem
trancafiadas num baú lá no fundo da gente.
Sempre
fui de expressar muito o que sinto, às vezes até exageradamente. Intensidade. Quem
sabe é essa a palavra? Sentimentos intensos, grandes demais. Talvez esse tenha
sido meu maior problema.
Demonstrar
amor pra quem não quer nem saber é como falar com as paredes. Monólogo. Só você
ali tirando aquele peso do coração, e o outro? Bom, sem respostas. Às vezes, nem
se incomoda em ouvir, ler, que seja...
Depois
que se passa por tanta coisa, por tanto tempo, a gente muda. Muda o jeito de
pensar, o jeito de viver, o jeito de ver quem se ama. Muda o jeito de agir,
para de correr atrás, mas o que mais demora a mudar, é a espera... Estamos
sempre esperando. Esperando que algo nos surpreenda, que algo venha quando nós
menos esperarmos. Mas a verdade, é que nunca vem. Ou quase nunca. E essa é a
resposta que nunca queremos receber... O silêncio.
Escolher
entre razão e emoção nunca foi meu forte. Sempre optei pelo lado sentimental,
pelo lado do coração. Não pela cabeça, pelo lado racional. Grande defeito, em
partes. Em algumas horas o sentimento fala mais alto que a razão, e não tem
como não ouvi-lo.
A
moral de tudo é, novamente, guardar tudo lá no fundo do peito. Deixar lá até
que um dia, simplesmente se vá de vez, ou não. Enquanto isso, é só guardar pra
si. Não, não é fácil. Aquele turbilhão de sentimentos dentro da gente que não
podemos compartilhar. Aquela angústia em chamar, falar olho no olho cada
palavrinha ensaiada.
Mas
passa, ah se passa!
Tudo
bem, enquanto isso, eu ainda espero que o orgulho seja menor do lado de lá. Que
venha pra mim e que valha a pena cada minuto dessa espera. E se não vier, paciência!
Meu
coração ainda bate por apenas uma pessoa. Só que agora, ele bate é por mim.